Tenho me sentido assim, "romântica"... há muito tempo...
Este sentimento me inspira... me leva a pensar em coisas que lembram a infância... bordar, costurar... Infância que fala dos perfumes perdidos no tempo... cheiros de jambo, mangas maduras, ameixas amarelas, sabão de tacho, café torrado, comida de fogão a lenha, cheiro de curral, de mato, cheiro de Natal, de cacau, de pai... de mãe... de família.
Família que trouxe alegria, segurança, algumas lágrimas, muitos sorrisos e ótimas brincadeiras com os pequenos amigos (verdadeiros irmãos)... "carneirinho, carneirão.. neirão... neirão..."
Brincadeiras de roda, pular corda, contar estórias arrepiantes tarde da noite (ah!, claro que deveria ser no máximo umas oito... mas para mim era tão tarde!)...
Bambolê, bonecas de papel, cortar figuras em revistas... como era bom...
Como era bom aquele tempo.
O tempo que me ensinou que ser prendada (uma virtude e não uma cafonice)
Que respeitar os mais velhos, grávidas, e oferecer o assento em veículos coletivos à estes era um dever que nos tornava "o máximo"...
Estudar... mas estudar muito, no estilo "decoreba"... sim, eu aprendi muito assim, lendo e relendo "os pontos" para as provas... e a prova real era a nota que recebia sempre acompanhada de um "Parabéns!"... "Continue assim!"... "Você foi ótima!"... isto era formidável...
Jamais uma "cola"... creiam... Simplesmente provei o que sabia... nada mais...
Formidáveis momentos... Momentos que voltam em um desejo ardente de retomar toda a arte, todos os sons, os tons... os cheiros...
Mas, tenho procurado fazer tudo bem ao estilo de minha infância... tudo que amei e que amo... que me torna terna, meiga, mensageira de boas falas e de ótimos conselhos (esta sou eu...)
Passei a bordar mais, costurar mais, pesquisar antigos pontos de bordado e até a história da família...
Acho admirável a capacidade "do ser" em se importar com a dignidade, com aquilo que toca... que emociona... com o que remete à nobreza de uma família, honestidade, respeito... e toda a luz daí advinda...
Bordar... "bordar acalma a alma", assim nos diz uma cara amiga... quanta verdade...
Tola ilusão a de se converter em algo que a sociedade impõe, exige e humilha, a quem não pode se apresentar dentro desses padrões...
Vou bordar mais...porque "bordar acalma a alma"...
Mais que isto, bordar remete aos cheiros da minha infância tão querida, tão cheia de verdade, de olhos nos olhos, de falar aquilo que sentia... que pensava...
Na simplicidade daqueles tempos, pois as ofertas eram poucas... as virtudes eram os grandes objetivos...
Vou bordar e bordar... pensar mais positivo... asserenar meu mundo interior... me sentir melhor... enriquecer minha bagagem moral e espiritual, sem deixar de trabalhar, de acompanhar a evolução (sábia evolução... e pobre evolução)...
A sábia evolução é a que propicia a cientistas, artistas, educadores e pessoas do bem a criarem recursos para minorar as dores... recursos que visam o bem do planeta... a sustentabilidade... o preservar das espécies...
A pobre evolução, a que influencia inteligências a pensarem no mal ... em dissidências... em todo o tipo de contaminação moral... Que esta não tenha forças para avançar...
Pensar no bem... vivenciar a paz em nós e em torno de nós... esta a minha meta...
Voltar às origens familiares, bases seguras de educação para a vivência no mundo... esta a realidade que não posso deixar...
Continuo pelos meus caminhos... e muito mais "romântica"...
"Viver... e não ter a vergonha de ser feliz!"
"Cantar e cantar e cantar... a certeza de ser um eterno aprendiz..."
Tenho aprendido sempre algo novo lendo teu blog e confirmando e afirmando aquilo que já sei...
ResponderExcluirVem morar pertinho de mim?...