Hoje estive pensando...

Hoje estive pensando em como a vida é um "vai e volta".

Lembram-se da moda??? Dos vestidos que usavam nossas mães??? Cintura bem marcada, chapéus , saltos, luvas... seja o que for... Tudo respeitou o seu ciclo... surgiram, desapareceram como ultrapassados para depois retornarem com força total. Assim também nossa idéias e gostos, não acham???

Dou um exemplo. Quem não optou por roupas de cama em poliéster por serem mais fáceis de lavar??? As coloridas e até escuras, que já assumiram o "top"??? Pois bem, agora aqueles lençois alvos e gostosos ao toque retornaram... o puro algodão. Aquele cheiro maravilhoso de roupa de cama limpinha... algumas até com bordados antigos como o "branco no branco"... bordado "sombra", ou delicadas aplicações em tons pastéis...

Cresci aprendendo a valorizar cada pertence familiar e a entender que tudo tem o seu ciclo útil de vida, mas que podemos estender esse tempo se bem cuidarmos de cada detalhe.  Hoje, me deparo com armários repletos de lençois alvos e gostosos, bordados há mais de quarenta anos, acreditem. Jarras de prata centenárias; faqueiros da bisa que passou para o pai, para a mãe e é claro, para mim. Bules de alumínio, xícaras sem pires, canequinhas esmaltadas, peças em croche... Admito, me transformei na maior "recolhedora" de objetos da família. Eu literalmente "alivio" os armários e gavetas das tias e primos que preferem o moderno aos objetos repletos de história... e para tudo tenho uma idéia brilhante... emolduro, restauro, invento arte em patch e acessórios antigos, pinto, dou um toque... mas meus preferidos estão lá, os lençois, novos, cheirosos e "usáveis"... sem piedade. Aliás, não sou daquelas que têm dó de usar as coisas lindas, que ganho, compro ou faço... uso-as, com o maior prazer... 

Meu pai foi um ótimo exemplo disso... "aquele que colecionava objetos antigos"... desde moedas a peças de grande valor. Obrigada meu pai. Estou por aqui, hoje, valorizando a memória não só da família, mas de toda uma cidade... uma histórica cidade...